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Adriano Figueiredo, Ana Pavanni, Hugo Machado, Rafael Biet e Tiago Ribeiro. Disciplina Economia e Mercado. PGCF -UFF/RJ Orientação D.Sc. Carlos Cova

segunda-feira, 1 de junho de 2009

ONDAS DA GLOBALIZAÇÃO

No século 20 fechamos um círculo econômico. Começamos o século em um processo de globalização plena que terminou dramaticamente com o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914. Keynes escrevia em 1919, em seu livro 'Conseqüências econômicas da paz': 'Que extraordinário episódio de progresso econômico terminou em agosto de 1914'. Encerramos o século com outro processo de globalização tão importante quanto aquele com que começamos, embora diferente em muitos aspectos. Começamos com a 'pax britanica' e terminamos com a 'pax americana'. Começamos com o padrão-ouro e terminamos com três moedas básicas: o dólar, o euro e o iene. Entre um e outro processo de globalização, duas guerras mundiais e a Grande Depressão. É de esperar que, no entanto, tenhamos aprendido a lição e não terminemos abruptamente o atual processo de globalização, nem por meios bélicos nem protecionistas, mas que consigamos que se consolide e que o século 21 seja um episódio de prosperidade e de convergência de renda per capita para todos. O fracasso do início da Rodada de Seattle não é um bom sinal, mas é de esperar que, no fim, o interesse geral se sobreponha aos interesses nacionais, siga adiante e se manifeste logo.

A primeira coisa que temos de perguntar é quanto avançamos neste século que termina.
No início da primeira onda de globalização, que durou de 1870 a 1914, o mundo era muito mais homogêneo que agora, isto é, era muito mais pobre e agrário. Apesar disso, essa onda industrializou o Norte e desindustrializou o Sul, produzindo uma enorme divergência de renda entre umas e outras nações. A renda per capita mundial aumentou, com convergência entre os países globalizados, aumento da pobreza entre os excluídos e distanciamento destes em relação aos países desenvolvidos. A situação piorou entre as duas guerras mundiais com o protecionismo generalizando-se no estilo “empobreça o seu vizinho”: em 1940, a renda per capita mundial havia caído 1/3, com aumento da pobreza.

A segunda onda de globalização teria ocorrido entre 1950 e 1980, envolvendo a integração comercial dos países ricos (Europa, Estados Unidos, Canadá e Japão). Nesse período, os países exportadores de produtos primários teriam ficado isolados dos fluxos internacionais de capitais. Os países ricos obtiveram elevadas taxas de crescimento do produto e convergência da renda entre eles. No resto do mundo o número de pobres continuou a crescer, com pouca melhoria na distribuição de renda internamente e entre os países subdesenvolvidos.

A terceira onda de globalização, iniciada em 1980, foi estimulada pelo desenvolvimento dos meios de comunicação e transporte, pela invenção da Internet, bem como pela disposição dos diferentes países de reduzirem tarifas e de se abrirem ao comércio e aos investimentos internacionais. Pela primeira vez, países de renda baixa e média, envolvendo três bilhões de pessoas, conseguiram inserir sua abundante mão-de-obra no mercado global de manufaturados e serviços. Assim, as exportações industriais dos países em desenvolvimento passaram de 25% do total, em 1980, para cerca de 80% em 1998. Os países de maior participação no comércio e investimentos globais são China, Índia, México, Brasil e Hungria.

Ambos os processos de globalização produziram convergência entre as nações relativamente mais ricas, mas aumentaram a divergência entre estas e as relativamente mais pobres.

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